quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

BIOENCANTATA
Festival de miudezas e exuberância
em Croton glandulosus
Por Lucia Maria Paleari

 


BIOENCANTATA

Festival de miudezas e exuberância

em Croton glandulosus

 

Por Lucia Maria Paleari

lmpaleari@gmail.com

                                                                                                              

A doce presença

Observe a figura a seguir. Note duas estruturas especiais no ápice do pecíolo central, uma das quais, à direita, com uma gota de néctar preenchendo a superfície circular, cujo diâmetro é de aproximadamente 0,64 mm (640 μm). Esses são nectários extraflorais, que se mantêm em atividade secretora nas folhas mais jovens de Croton glandulosus, situadas próximas às inflorescências durante a antese.



Esse néctar é dotado de três açucares combinados em aproximadamente 71,49% de frutose e 9,33% glicose, que são açucares simples ou monossacarídeos, e 19,18% de sacarose, que é um dissacarídeos, composto pela frutose ligada quimicamente à glicose. Podendo conter também óleo, proteína e substâncias voláteis, ele atrai e alimenta pelo menos duas centenas de insetos e algumas aranhas. Mas quando no campo há muita sequidão, os insetos se afastam, porque o líquido açucarado se desidrata e vira um tipo de bala puxa-puxa. Essa situação, imprevisível e esporádica, difere da corriqueira ausência de visitantes em nectários de folhas maduras, porque estes cessam a atividade secretora. Contudo, quando isso acontece, já cresceram novos ramos com suas folhas jovens. E como na extremidade de cada novo ramo as inflorescências surgem rapidamente, em poucos dias as flores masculinas se abrem destacando-se no ápice do eixo. Delicadas e de cor branca, elas têm aproximadamente 4 mm de diâmetro e 5 nectários na base (setas pretas na figura a seguir).



São elas as grandes responsáveis pela presença de incontáveis abelhas, além de moscas e besouros, e não apenas pelos cinco nectários ativos, mas também devido às anteras, cujo pólen, rico em proteínas e sais minerais, atrai também vespas e lacerdinhas (= trips).

Surpreendente é a mosca nectarívora a seguir, Poecilognathus sp., ao se alimentar de pólen em flores de C. glandulosus (A) e de Euphorbia heterofila (B), dada a rapidez e destreza com que movimenta as duas pernas anteriores para coletar os grãos e levá-los à extremidade do seu longo aparelho bucal. Repare nos rastros entre a antera e a perna dianteira esquerda da mosca (B), resultado da grande velocidade com que ela retirou o pólen e o levou ao seu aparelho bucal.



É provável que as flores femininas de C. glandulosus também possuam nectários. Observe a próxima figura e atente para o aparelho bucal da mosca, introduzido na base de uma flor feminina.




Visitantes como essa pequena mosca foram responsáveis pela suspeita de que ali haveria nectários, como acontece com Croton sarcopetalus. Nesta espécie eles são de dois tipos: internos, que seriam semelhantes aos nectários das flores masculinas, e os externos, que funcionariam como nectários pós-florais, isto é, ativos durante o amadurecimento do fruto.


Uma belezura!

Minúscula e alaranjada, uma estrutura que aparece às dezenas adornando as inflorescências com extrema delicadeza. São como purungas adornando as brácteas e os receptáculos, e conhecida dos botânicos por coléteres. Observe como são eles (um mais ampliado na parte superior direita da imagem) e note a cor âmbar da resina secretada por alguns deles (seta branca).



Ainda não se conhece a composição dessa resina, mas diversas espécies de himenópteros, com destaque para as abelhinhas nativas sem ferrão, costumam visitar as inflorescências e parecem acessar esse recurso. No geral, as resinas são utilizadas por abelhas na construção e reparo das colmeias, na produção de hormônio sexual e na assepsia, devido ao poder antifúngico e antibacteriano de substâncias presentes. O fato de elas serem pegajosas possibilita seu uso na defesa dos ninhos imobilizando invasores como formigas e abelhas cleptobióticas (roubadoras de mel, pólen e cera). No caso das abelhinhas sem ferrão as substâncias resinosas e balsâmicas, após serem acrescidas de secreções e terra (ou barro), são transformadas no que se conhece por geoprópolis, material usado na vedação dos ninhos. A geoprópolis tem sido estudada devido ao seu potencial medicamentoso contra bactérias, inflamações, dores etc.

Surpreendente foi observar cenas como as que se seguem. Veja que interessantes!



Esses lacerdinhas foram flagrados transitando pelos coléteres em comportamentos e posições que levaram à suspeição de que poderiam fazer algum uso da resina. Ainda é preciso comprovar a suspeita, até mesmo porque não foi encontrado nenhum estudo científico relatando a existência de alguma espécie de lacerdinha associada ao uso de resina. Moscas também foram flagradas nessas estruturas, como se pode ver na próxima imagem, mas também neste caso não se sabe se de fato elas fazem uso da resina e com que propósito.



Enfim, estudos sobre essa secreção resinosa nas áreas biológica, ecológica e química, podem resultar em conhecimentos valorosos para nossa melhor compreensão da Natureza. Conhecimentos para além daquela perspectiva quase sempre única, míope e disseminada, de pessoas que almejam a qualquer custo, apenas produtos materiais para uso e benefício dos humanos. Pessoas que agem como se a Natureza estivesse ao nosso dispor com os tais “serviços ecossistêmicos” que, explorados à exaustão, em geral auferem lucro vultoso a poucos, assegurado pelo comportamento consumista tresloucado da maioria da população.


Proteção e adorno

Observe a figura a seguir e repare nos ramos, pecíolos e superfícies das folhas de Croton glandulosus. Eles parecem estar agasalhados por pelos, que são tricomas estrelados e simples. Na região central dos tricomas estrelados pode-se detectar uma estrutura globosa de cor rosa claro (setas brancas). Ela é visitada principalmente por moscas, alguns besouros e microhimenópteros, que nos dão a impressão de coletar ali algum recurso.

 


Também de cor rosa, duas glândulas em formato de garrafinhas se destacam na parte central do ápice do pecíolo (setas pretas na imagem “E”).

Garrafinhas cor-de-rosa semelhantes a estas também podem ser encontradas na margem serrilhada das folhas jovens (próxima figura – setas brancas), enquanto na superfície da lâmina foliar há muitas estruturas diferenciadas (setas pretas), que costumam ser visitadas por insetos, principalmente moscas, que apenas tocam a superfície com as peças bucais, diferente de percevejos tingitídeos, que extraem o conteúdo das células de toda a região em que se alimentam, enquanto larvas de borboletas e besouros, como o gorgulho da foto, acabam por ingeri-las junto com o restante do tecido.



 

Uma justa homenagem

Considerando as muitas glândulas apresentadas até aqui, é possível verificar que não foi nem à toa ou por acaso, mas muito apropriadamente, que essa espécie de euforbiácea do gênero Croton recebeu o epíteto específico glandulosus, passando a ser registrada e reconhecida como Croton glandulosus.

Enquanto algumas pessoas atribuem à grande generosidade de C. glandulosus, produzir e secretar tantas substâncias úteis a artrópodos, outras entendem que visando principalmente às espécies de parasitoides, predadores e afugentadores de herbívoros, a planta nada mais faz do que atraí-las e recompensá-las pela proteção dispensada. Mas fato é, que diversos herbívoros consumidores de estruturas nobres de C. glandulosus, como sementes e folhas, quando adultos também se alimentam de néctar. No entanto, se os inimigos naturais desses herbívoros reduzirem suas populações ao ponto de impedirem que comprometam demais a sobrevivência e a capacidade de perpetuação de C. glandulosus, o esforço da euforbiácea, produzindo e disponibilizando as secreções, teria compensado.


 Caras, cores e comportamentos notáveis!

 Veja a variedade de dípteros visitantes de Croton glandulosus.         

 


Moscas avantajadas, mosquinhas delicadas, outras tão pequeninas que mesmo com lente de aumento são difíceis de serem observadas. Às vezes com gotas de néctar na boca, noutras colhendo pólen ou pastando sobre os pelos dos ramos, glândulas do limbo e margens das folhas. Há também aquelas que predam insetos visitantes, enquanto outras depositam seus ovos sobre herbívoros adultos e jovens, que serão consumidos aos poucos por suas larvas.

E o que dizer do minúsculo pernilongo, da família Ceratopogonidae, cujos instantâneos a seguir mostram-no sorvendo uma gota de néctar?



Para ter-se ideia do tamanho desse díptero, basta lembrar que o diâmetro da superfície do nectário onde ele se alimenta é de aproximadamente 640 μm. Sendo 1 μm equivalente a 10-3 mm (ou 0,001 mm) podemos dizer que esse pernilonguinho tem aproximadamente 1,4 mm de comprimento.   

Os próximos retratos mostram os besouros encontrados em C. glandulosus, que como os dípteros consomem principalmente néctar, mas mais do que aqueles diversas espécies acrescentam proteína à dieta consumindo pólen. Além desses há os que preferem comer folhas e nervuras, sem contar as larvas e adultos de coccinelídeos, conhecidos pelo hábito predador da maioria, que no outono aproveitam para pastar o fungo Golovinomyces sp, que cresce e recobre folhas, ramos e frutos da euforbiácea.



Falta mencionar o já conhecido gorgulho, consumidor de néctar e de pequenas porções de folha, mas que quando larva se farta do endosperma da semente, e duas outras espécies incomuns que têm preferência por atacar ramos.

Nas tabelas a seguir um esforço para listar as espécies de moscas (ordens Diptera) e besouros (ordem Coleoptera) obsevados no campo, com indicação dos respectivos números de registros, quando impossível o reconhecimento da espécie (ou família).   



Se esses dois grupos já chamam a atenção pela variedade de espécies, surpreende ainda mais o dos himenópteros. São tantos os seus representantes, que precisaram ser divididos em três subgrupos para facilitar a apresentação. Comecemos com as abelhas e as vespas, que foram reunidas na figura a seguir.  As primeiras consumidoras de néctar, pólen e resina, e as segundas, em geral predadoras, mas também disputando néctar.



O segundo subgrupo de himenópteros, apresentados na próxima figura, é composto por espécies diminutas, razão de serem conhecidas por microhimenópteros. Consumidores de néctar quando adultos, grande parte deles parasita outros insetos quando larvas, mas há também espécies predadoras de sementes ou galhadoras. Poucos puderam ser identificados, e sabe-se que diversas espécies estão sendo rearranjadas nos respectivos grupos taxonômicos ou precisam ser descritas. Os microhimenópteros mais estudados são principalmente os parasitoides de herbívoros que se alimentam de plantas cultivadas e são utilizados em programas de controle biológico. Depois de criados em massa em laboratório, são soltos nas lavouras para reduzir as populações dos herbívoros e, dessa forma, proteger as plantações.



Na próxima figura veja as formigas, que são presença constante em C. glandulosus e nos seus arredores.



Transitando incessantemente em busca do néctar, diversas espécies protegem a planta ao afugentar herbívoros que encontram pelo caminho. Contudo, há herbívoros que são protegidos, como os pulgões, que liberam honeydew (= melada) para certas formigas, depois de estimulados por elas com suas antenas. Benefício mútuo como esse, estabeleceu-se entre algumas formigas e larvas mirmecófila família Lycaenidae, uma das quais consumidora de sementes de C. glandulosus.

E as incríveis formiguinhas dispersoras de sementes por vezes consumidoras de néctar? Mesmo aos tropeços, carregam para seus ninhos as sementes, via de regra dezenas de vezes maiores do que elas, para conseguir a carúncula, estrutura rica em nutriente. 

As inúmeras espécies que encontram em C. glandulosus boas condições e recursos alimentares não param por aí. A próxima figura retrata o grupo dos hemípteros.

Eles não se destacam apenas pela variedade de formas, tamanhos e padrões de cores. Destacam-se também pelo grande número de espécies, que integram os grupos taxonômicos dos percevejos, das cigarrinhas, dos pulgões e dos membracídeos. A maioria deles é sugadora de seiva, mas diversas espécies acrescentam néctar floral e extrafloral à alimentação, como o fazem também algumas conhecidas pelo hábito predador.



Agora veja o que revela próxima figura: o minúsculo percevejo, Orius sp., flagrado em pleno banquete depois de apreender um jovem lacerdinha.



Observe que no início a sua presa está aparentemente inteira na extremidade do tubo sugador (A). Após o conteúdo do corpo do lacerdinha ter sido sugado o que se vê dentro dele, através do seu revestimento externo (tegumento), é o tubo sugador do hemíptero (B). Por ser predador eficiente de lacerdinha, que costuma causar sérios danos a plantas de valor econômico, esse pequenino hemíptero passou a ser estudado e usado em programas de controle biológico.

As espécies desses dois grandes grupos, dos himenópteros e dos hemípteros, associadas a C. glandulosus estão listadas nas tabelas a seguir.



E como não poderia deixar de ser, borboletas e mariposas foram também observadas em C. glandulosus e são retratadas a seguir.



Trata-se de um grupo bem mais modesto do que os que foram apresentados anteriormente, no entanto, não menos interessante. Comedoras de folhas e frutos na fase de larva, elas em geral consomem néctar floral quando adultas.

Na figura anterior (imagem superior esquerda) pode-se ver ao lado dos frutos a larva verde de um licenídeo, consumidora de sementes, e o seu adulto de cor negra na ponta da seta branca. Logo abaixo, há duas larvas da família Geometridae, conhecidas popularmente por mede palmos, por causa do movimento que fazem com o corpo ao caminhar. Mais abaixo, uma sequência de fotos mostra o crescimento da larva listrada, Viola sp. Depois de totalmente desenvolvida, a larva se enrola em uma folha cujas margens ela une com fio de seda. Dentro desse cartucho ocorre a sua transformação em pupa (à direita da seta), que aí permanece até emergir o adulto de cor preta, indicado pela seta que está acima da pupa. Uma espécie ainda mais curiosa, apresentada no post (item “Descobertas deveras interessantes”), também foi encontrada uma única vez, e não se sabe se por camuflar-se muito bem e passar desapercebida, com botões florais e pequenas folhas misteriosamente presos ao corpo ou simplesmente por ser rara. Na fase adulta a pequena borboleta, também da família Lycaenidae, consumiu néctar floral.

A seguir, são apresentados os grupos de herbívoros com o menor número de espécies registradas em associação com C. glandulosus. São eles os gafanhotos (A - Orthoptera), os crisopídeos de asas transparentes (B - Neuroptera) e os lacerdinhas ou trips (C - Thysanoptera).



Os ortópteros são consumidores de folhas, flores, frutos e caule (A), enquanto os crisopídeos, que costumam consumir néctar, por vezes servem de presa a aranhas (B). Associados principalmente às inflorescências encontram-se os lacerdinhas (C 1 e 3), que consomem néctar e pólen nas flores masculinas. No eixo das inflorescências (C 2), como visto anteriormente, e na margem das folhas (C 5) eles visitam as suas respectivas estruturas secretoras, mas ainda não se sabe se fazem uso do que é produzido nelas. Um recurso de ocasião para os lacerdinhas, comum em outubro, é o fungo Golovinomyces (C - 4).

E para quem pensa que aranha é um bicho exclusivamente carnívoro, que fique sabendo da falácia, porque muitas aranhas também consomem néctar. Neste estudo espécies dos salticídeos foram flagradas consumindo néctar, mas não está descartada a possibilidade de outras fazerem o mesmo. Notadamente as aranhas são predadores, como se pode verificar em diversas cenas apresentadas nas imagens da figura a seguir.



Muitas dessas presas são capturadas em embate corpo-a-corpo ou por meio de teias tecidas nas inflorescências e folhas ou entre ramos. Moscas, vespas, microhimenópteros, abelhinhas sem ferrão e formigas foram os itens alimentares mais comuns deste grupo, mas não faltaram gafanhotos, cigarrinhas e crisopídeos. É possível que alguns percevejos também sejam predados.

As espécies de lepidópteros, ortópteros, neurópteros, tisanópteros e aranhas que foram observadas estão relacionadas nas tabelas a seguir.



Não seria possível finalizar esta matéria sem tratar do reino Fungi. Não só porque há duas espécies que crescem frequentemente em Croton glandulosus, mas porque esse é um reino diverso e de grande importância na Natureza, principalmente na ciclagem de nutrientes. Ainda há aqueles que se destacam como complemento alimentar de diversas espécies, inclusive a humana, outros são patógenos de plantas e animais e há ainda aqueles que se destacam especialmente pelas associações mutualísticas que estabelecem com algas e cianobactérias (liquens), ou com plantas (micorrizas), permitindo trocas de nutrientes e extensa comunicação

Na figura a seguir encontram-se os dois fungos que crescem em C. glandulosus. Na imagem superior central, sobre a superfície dos nectários de folhas maduras (setas brancas), um fungo escuro, provavelmente Penicillium sp. Nas demais imagens o que se vê é Golovinomyces sp., fungo fitopatógeno que deixa folhas, ramos e frutos com aspecto esbranquiçado. Se para a planta ele traz algum dano, para diversas espécies de besouros, principalmente larvas e adultos de predadores coccinelídeos e de lacerdinhas, ele é alimento para larvas e adultos, como se pode ver na figura a seguir.



Contudo, existem fungos nada nutritivos para insetos. Ao contrário, nutrem-se deles causando-lhes doenças e até a morte. Na próxima figura pode-se ver um exemplo do que parece ter sido um besouro. Mumificado, ele morreu agarrado a uma folha de C. glandulosus, exibindo o fungo claro que emergiu no dorso do abdome. Um exemplo de fungo como esses é Beauveria bassiana, que têm sido estudado especialmente para aplicação em controle biológico de espécies que atacam plantas cultivadas.



Croton glandulosus é uma espécie potencialmente valorosa em diferentes linhas de investigações científicas, sustentando uma rede intrincada de interações complexas, dinâmicas e repletas de beleza e poesia. Uma delas refere-se ao comportamento de cada espécie associada a ela, que pode nos levar, por exemplo, ao conhecimento de estratégias criativas que aumentam as chances de sobrevivência. Outra linha de estudos pode voltar-se ao entendimento da dinâmica de sistemas vivos complexos ou ao conhecimento da composição química, que tanto podem servir a estudos de taxonomia e sistemática vegetal, como a ensaios para uso como fitoterápicos etc. Há ainda artrópodos cujas espécies, ainda desconhecidas da ciência, podem ser descritas e integradas aos grupos taxonômicos de referências. Em áreas onde se desenvolve a apicultura, principalmente de abelhas sem ferrão, o plantio de C. glandulosus pode propiciar abundância de néctar, pólen e resina a elas. Além disso, o potencial como abrigo e sustento de inimigos naturais de herbívoros consumidores de plantas cultiváveis faz dessa euforbiácea uma espécie promissora em estudos visando controle biológico.


Um reconhecimento necessário

Aos taxonomistas, profissionais responsáveis pelos trabalhos de descrição e classificação das espécies, fica aqui esta menção. São eles responsáveis pela identificação correta das espécies, o que é fundamental em estudos de diferentes áreas (ex. ecológica, médica, conservacionista). Além de podermos conhecê-las e catalogá-las, evitamos os equívocos que os nomes populares ocasionam, quando espécies diferentes recebem nomes iguais ou a mesma espécie recebe nomes distintos em diferentes localidades. Sem os equívocos, assegura-se aos pesquisadores de todo o mundo a relação entre resultados obtidos e as espécies envolvidas em cada estudo. Imagine se alguém descobre um principio ativo de uma determinada espécie de planta, que pode curar certa doença ou aliviar algum sintoma provocado por ela. Sem a identificação correta dessa planta, não se poderia utilizá-la com segurança em chás, infusões e até mesmo extrações químicas para produção comercial de remédios. Também na área ambiental, para gerar conhecimento que depende de saber qual é o número, a diversidade, o papel, a importância e o grau de vulnerabilidade dos integrantes de determinado ecossistema, é imprescindível ter a identificação correta das espécies presentes. Apesar de tamanha importância que têm os taxonomistas, eles ainda são poucos frente à quantidade de espécies de diferentes grupos a serem descritas, ou rearranjadas e também que precisam ser identificadas para profissionais que desenvolvem estudos em outras áreas.

 

Agradecimentos: Pela atenção e inestimável ajuda na identificação de espécies e por comentários enriquecedores sobre aspectos interessantes da biologia e ecologia de algumas delas, sou imensamente agradecida aos doutores Adriano Cavalleri, Antonio Brescovit, Beatriz W. Teixeira Coelho, Camila Conti, Carlos José Einicker Lamas, Carolina Yamagushi, Celso Godinho Jr., Eduardo Bagagli, Flavizia Freitas de Oliveira, Francisco de Assis G. de Mello, Jocélia Grazia, John Carr, Josenir Câmara, Lucia Massutti de Almeida, Luciano de A. Moura, Michael Gates, Paula Ricardi, Rafaela Falaschi, Ricardo Brugnera, Rodrigo Feitosa, Rosângela Brito, Silvio Nihei, Simone Policena Rosa, Thamara Zacca, Wayne Mathis e Woodruff Whitman Benson. Agradeço também ao Dr. Gerard Gottsberger, que gentilmente responsabilizou-se pela análise química do néctar, que indicou os açúcares componentes.

 

 Para saber mais

1. Abelha Jataí. Coleta de resina por abelha sem ferrão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=C1WzVWbeJsU Acessado em out./2020.

2. Abelha Jataí. Coleta e transporte de pólen. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CrFQujIZho8. Acesso em: Ago. 2020.

3. Alves, D. Imunidade social da abelha melífera: coleta de resina. Disponível em: http://ice2016.abelha.org.br/estudo-imunidade-social-da-abelha-melifera-coleta-de-resina/. Acessado em out./2020.

4. Ascenção, L. Estruturas secretoras em plantas. Uma abordagem morfo-anatômica. Disponível em: http://cbv.fc.ul.pt/PAM/pdfsLivro/LiaAscensao.pdf. Acessado em nov. 2020.

5. Cavalleri, A. et al. Os trips do Brasil. Disponível em http://www.thysanoptera.com.br/. Acessado em out./2020. Ago. 2020.

6. NetNature. Guia De Identificação de Campo Para Lepidopteros de São Paulo. Disponível em: https://netnature.wordpress.com/2013/08/13/guia-de-identificacao-de-campo-para-lepidopteros-de-sao-paulo/. Acessado em: nov./2020.

7. Oliveira, F. F. de et al. Guia Ilustrado das Abelhas “Sem-Ferrão” das Reservas Amanã e Mamirauá, Amazonas, Brasil (Hymenoptera, Apidae, Meliponini). Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá. Tefé: IDSM, 2013. 267p. Disponível em: file:///C:/Users/user/Downloads/Oliveiraetal.2013_GuiaIlustradodasAbelhasSemFerrodasReservasAmaneMamirauAmazonasBrasil-HymenopteraApidaeMeliponini.pdf. Acesso em: Nov. 2020.

8. Orlandin, E. et al. Borboletas e mariposas de Santa Catarina: uma introdução. Campos Novos: Mario Arthur Favretto. 2016. 213p. Disponível em: file:///C:/Users/user/Downloads/BorboletasemariposasdeSantaCatarina1.pdf. Acessado em: nov. 2020.

9. Rodriguez, E. El primer atlas de especies de abejas del mundo sale a la luz. Disponível em: https://www.agenciasinc.es/Noticias/El-primer-atlas-de-especies-de-abejas-del-mundo-sale-a-la-luz. Acessado em nov./2020.


Lucia Maria Paleari - lmpaleari@gmail.com